A Alma e o Génio
O que faz de um homem um homem de gĂ©nio – ou melhor o que eles fazem – nĂŁo sĂŁo as ideias novas mas essa ideia, que nunca os larga, que o que já foi dito nĂŁo o foi nunca suficientemente.
(…) O que tortura a minha alma Ă© a sua solidĂŁo. Quanto mais ela se dispersa pelos amigos e os prazeres comezinhos, mais esta me foge e se esconde na sua fortaleza. A novidade encontra-se no espĂrito que cria e nĂŁo na nautreza reproduzida.Tu que sabes que o novo existe sempre, mostra-o aos outros – no que eles nunca souberam ver. Faz-lhes compreender que nunca tinham ouvido falar do rouxinol, do espectáculo do mar imenso ou de tudo aquilo que os seus grosseiros ĂłrgĂŁos sĂł se encontram em condições de desfrutar depois de se ter tido o trabalho de sentir por eles.
E nĂŁo faças da lĂngua um empecilho, porque se cuidares da tua alma ela arranjará forma de se dar a entender. Criará uma nova linguagem que valerá os hemistĂquios deste ou a prosa daquele. O quĂŞ?, diz-me que se considera uma pessoa original e fica insensĂvel Ă leitura de Byron ou de Dante?
Textos sobre Dizer de Eugène Delacroix
2 resultados Textos de dizer de Eugène Delacroix. Leia este e outros textos de Eugène Delacroix em Poetris.
Distracção Enganadora
Sobre o termo Distracção. Há muito que fazia considerações deste género a propósito do termo «distracção»: usa-se para exprimir prazeres, entretimentos. O termo vem de distrahere: desligar de, arrancar a. O vulgo, quando diz que se distrai, não sabe que utiliza uma expressão de sentido negativo, que traduz a primeira operação a fazer para obter um prazer qualqer: extirpar-se do estádio de tédio ou de sofrimento em que nos encontramos. Assim, «vou-me» distrair quer dizer: vou tirar do meu cérebro a ideia do mal presente, vou esquecer, se puder, a minha dor de maneira a, ainda por cima, ir gozar. Todos os homens precisam de se distrair e gostariam de se sentir assim continuamente.
(…)