Textos sobre Finalidade de SĂ©neca

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Textos de finalidade de SĂ©neca. Leia este e outros textos de SĂ©neca em Poetris.

A Ăšnica Qualidade EspecĂ­fica do Homem

Esforça-te por que nĂŁo te suceda o mesmo que a mim: começar os estudos na velhice. E esforça-te tanto mais quanto enveredaste por um estudo que dificilmente chegarás a dominar mesmo na velhice. «AtĂ© que ponto poderei progredir?» – perguntas-me. AtĂ© ao ponto onde chegarem os teus esforços. De que estás Ă  espera? O saber nĂŁo se obtĂ©m por obra do acaso. O dinheiro pode cair-te em sorte, as honras serem-te oferecidas, os favores e os altos cargos poderĂŁo talvez acumular-se sobre ti: a virtude, essa, nĂŁo virá ter contigo! NĂŁo Ă© sem custo, sem grandes esforços, que chegamos a conhecĂŞ-la; mas vale bem a pena o esforço, porquanto de uma sĂł vez se obtĂŞm todos os bens possĂ­veis. De facto, o Ăşnico bem Ă© aquele que Ă© conforme Ă  moral; nos valores aceites pela opiniĂŁo comum nĂŁo encontrarás a mĂ­nima parcela de verdade ou de certeza.
(…) Cada coisa Ă© avaliada por uma qualidade especĂ­fica. O valor da videira está na sua produtividade, o do vinho no seu sabor, o do veado na sua rapidez; o que nos interessa nas bestas de carga Ă© a sua força, pois elas apenas servem para isso mesmo: transportar carga. Num cĂŁo a primeira qualidade Ă© o faro,

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Não Há Vício que se não Esconda Atrás de Boas Razões

Não há vício que se não esconda atrás de boas razões; a princípio, todos são aparentemente modestos e aceitáveis, só que a pouco e pouco vão-se expandindo. Não conseguirás pôr fim a um vício se deixares que ele se instale. Toda a paixão é ligeira de início; depois vai-se intensificando, e à medida que progride vai ganhando forças. É mais difícil libertarmo-nos de uma paixão do que impedir-lhe o acesso. Ninguém ignora que todas as paixões decorrem de uma tendência, por assim dizer, natural. A natureza confiou-nos a tarefa de cuidar de nós próprios, mas, se formos demasiado complacentes, o que era tendência torna-se vício. Aos actos necessários juntou a natureza o prazer, não para que fizéssemos deste a nossa finalidade mas apenas para nos tornar mais agradáveis aquelas coisas sem as quais é impossível a existência. Se o procuramos por si mesmo, caímos na libertinagem. Resistamos, portanto, às paixões quando elas se aproximam, já que, conforme disse, é mais fácil não as deixar entrar do que pô-las fora.