Textos sobre Guerra de François de La Rochefoucauld

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Textos de guerra de François de La Rochefoucauld. Leia este e outros textos de François de La Rochefoucauld em Poetris.

Comparação de Verdades

A verdade, esteja em que pessoa estiver, nĂŁo se apaga por comparação com outra verdade e, qualquer diferença que possa parecer haver entre duas pessoas, o que Ă© verdade numa nĂŁo apaga de modo algum o que Ă© verdade na outra. Podem ter mais ou menos adeptos e ser mais ou menos brilhantes, mas sĂŁo sempre iguais pela sua verdade, que nunca Ă© mais verdadeira nos grandes do que na arraia-miĂșda. A arte da guerra estĂĄ mais espalhada do que a poesia, mas o poeta e o conquistador podem comparar-se um ao outro, porque sĂŁo verdadeiramente o que sĂŁo, tal como o legislador, o pintor, etc.
(…) Uma pessoa pode ter vĂĄrias verdades e outra pode nĂŁo ter nenhuma. O que tem vĂĄrias Ă© mais apreciado e brilha mais nos cĂ­rculos em que o outro nĂŁo brilha, mas, na altura em que tanto um como outro sĂŁo verdadeiros, brilham da mesma maneira.

O Homem Congrega Todas as Espécies de Animais

HĂĄ tĂŁo diversas espĂ©cies de homens como hĂĄ diversas espĂ©cies de animais, e os homens sĂŁo, em relação aos outros homens, o que as diferentes espĂ©cies de animais sĂŁo entre si e em relação umas Ă s outras. Quantos homens nĂŁo vivem do sangue e da vida dos inocentes, uns como tigres, sempre ferozes e sempre cruĂ©is, outros como leĂ”es, mantendo alguma aparĂȘncia de generosidade, outros como ursos grosseiros e ĂĄvidos, outros como lobos arrebatadores e impiedosos, outros ainda como raposas, que vivem de habilidades e cujo ofĂ­cio Ă© enganar!
Quantos homens nĂŁo se parecem com os cĂŁes! Destroem a sua espĂ©cie; caçam para o prazer de quem os alimenta; uns andam sempre atrĂĄs do dono; outros guardam-lhes a casa. HĂĄ lebrĂ©us de trela que vivem do seu mĂ©rito, que se destinam Ă  guerra e possuem uma coragem cheia de nobreza, mas hĂĄ tambĂ©m dogues irascĂ­veis, cuja Ășnica qualidade Ă© a fĂșria; hĂĄ cĂŁes mais ou menos inĂșteis, que ladram frequentemente e por vezes mordem, e hĂĄ atĂ© cĂŁes de jardineiro. HĂĄ macacos e macacas que agradam pelas suas maneiras, que tĂȘm espĂ­rito e que fazem sempre mal. HĂĄ pavĂ”es que sĂł tĂȘm beleza, que desagradam pelo seu canto e que destroem os lugares que habitam.

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