A fineza do espĂrito consiste em pensar com honestidade e com delicadeza.
CitaçÔes de François de La Rochefoucauld
543 resultadosEm todas as profissĂ”es se afecta uma aparĂȘncia e um exterior que pareça o que queremos que os outros nos julguem. Assim, se pode dizer que o mundo se compĂ”e apenas de aparĂȘncias.
A confiança contribui mais para a conversação que o espĂrito.
Se nĂŁo tivĂ©ssemos orgulho, nĂŁo nos queixarĂamos dos outros.
Toda a gente se queixa da sua falta de memória, mas ninguém se queixa da sua falta de senso.
A prudĂȘncia Ă© tida como uma grande virtude. No entanto, nĂŁo nos protege.
GanharĂamos mais se nos deixĂĄssemos ver tais como somos, do que em tentar parecer o que nĂŁo somos.
O encanto da novidade e os velhos hĂĄbitos, por mais que uma coisa se oponha Ă outra, impede-nos igualmente de ver os defeitos dos nossos amigos.
Geralmente os espĂritos medĂocres condenam tudo o que estĂĄ para alĂ©m do seu alcance.
Não se deve avaliar o mérito de um homem pelas suas grandes qualidades, mas pelo que delas faz.
Ă melhor empregarmos o nosso espĂrito em suportar os infortĂșnios que nos acontecem do que em prever os que nos podem acontecer.
A esperança, enganadora como é, serve contudo para nos levar ao fim da vida pelos caminhos mais agradåveis.
SĂł nos devĂamos espantar de ainda nos podermos espantar.
A InconstĂąncia no Amor e na Amizade
NĂŁo pretendo justificar aqui a inconstĂąncia em geral, e menos ainda a que vem sĂł da ligeireza; mas nĂŁo Ă© justo imputar-lhe todas as transformaçÔes do amor. HĂĄ um encanto e uma vivacidade iniciais no amor que passa insensivelmente, como os frutos; nĂŁo Ă© culpa de ninguĂ©m, Ă© culpa exclusiva do tempo. No inĂcio, a figura Ă© agradĂĄvel, os sentimentos relacionam-se, procuramos a doçura e o prazer, queremos agradar porque nos agradam, e tentamos demonstrar que sabemos atribuir um valor infinito Ă quilo que amamos; mas, com o passar do tempo, deixamos de sentir o que pensĂĄvamos sentir ainda, o fogo desaparece, o prazer da novidade apaga-se, a beleza, que desempenha um papel tĂŁo importante no amor, diminui ou deixa de provocar a mesma impressĂŁo; a designação de amor permanece, mas jĂĄ nĂŁo se trata das mesmas pessoas nem dos mesmos sentimentos; mantĂȘm-se os compromissos por honra, por hĂĄbito e por nĂŁo termos a certeza da nossa prĂłpria mudança.
Que pessoas teriam começado a amar-se, se se vissem como se vĂȘem passados uns anos? E que pessoas se poderiam separar se voltassem a ver-se como se viram a primeira vez? O orgulho, que Ă© quase sempre senhor dos nossos gostos,
Normalmente não temos a força suficiente para obedecer inteiramente à nossa razão.
HĂĄ bons casamentos, mas deliciosos nĂŁo.
HĂĄ pessoas cujo Ășnico mĂ©rito consiste em dizer e fazer tolices Ășteis, e que estragariam tudo se mudassem de conduta.
NĂŁo hĂĄ disfarce capaz de ocultar o amor quando ele existe, ou de simulĂĄ-lo quando deixa de existir!
Se não tivéssemos tantos defeitos, não nos agradaria tanto notå-los nos outros.
O bem que recebemos de alguém exige que respeitemos o mal que ele nos fez.