O Amor nĂŁo Rende Juros

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É verdade «que um baixo amor os fortes enfraquece»
mas também o grande amor torna ridículos os grandes,
pois o amor Ă©, em energia material sobre o mundo, um roubo — apesar de, em sensaçÔes, ser magnĂ­fico. 0 amor serĂĄ Ăștil internamente,
mas externamente nĂŁo carrega um tijolo.
Disso nunca tive dĂșvidas.

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A vida, é certo, não serå um sítio excepcional para as paixÔes.
Nos paĂ­ses humanos, o amor mistura-se muito
com palavras equĂ­vocas.
0 fogo que existe numa lareira, por exemplo,
Ă© um fogo servil, cultural, educado.
Uma coisa vermelha, mas mansa,
que nos obedece.
SĂł Ă© natureza, o fogo na lareira,
quando, vingando-se, provoca um incĂȘndio.
E o amor assim funciona. Mas Ă© preferĂ­vel o contrĂĄrio.

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É desarranjo de estratĂ©gias e planos,
surpresa ritmada, uma ilegalidade exaltante que nĂŁo prejudica
os vizinhos.
Mas atenção, de novo: o amor não faz bem aos países,
nĂŁo desenvolve as suas indĂșstrias, nem a economia.
Disso nunca tive dĂșvidas. E por isso Ă© preferĂ­vel nĂŁo.

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No entanto, qual Ă© o paĂ­s que pode impedir que o amor
entre?

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