O Amor nĂŁo Rende Juros
137
à verdade «que um baixo amor os fortes enfraquece»
mas tambĂ©m o grande amor torna ridĂculos os grandes,
pois o amor Ă©, em energia material sobre o mundo, um roubo â apesar de, em sensaçÔes, ser magnĂfico. 0 amor serĂĄ Ăștil internamente,
mas externamente nĂŁo carrega um tijolo.
Disso nunca tive dĂșvidas.138
A vida, Ă© certo, nĂŁo serĂĄ um sĂtio excepcional para as paixĂ”es.
Nos paĂses humanos, o amor mistura-se muito
com palavras equĂvocas.
0 fogo que existe numa lareira, por exemplo,
Ă© um fogo servil, cultural, educado.
Uma coisa vermelha, mas mansa,
que nos obedece.
SĂł Ă© natureza, o fogo na lareira,
quando, vingando-se, provoca um incĂȘndio.
E o amor assim funciona. Mas Ă© preferĂvel o contrĂĄrio.139
à desarranjo de estratégias e planos,
surpresa ritmada, uma ilegalidade exaltante que nĂŁo prejudica
os vizinhos.
Mas atenção, de novo: o amor nĂŁo faz bem aos paĂses,
nĂŁo desenvolve as suas indĂșstrias, nem a economia.
Disso nunca tive dĂșvidas. E por isso Ă© preferĂvel nĂŁo.140
No entanto, qual Ă© o paĂs que pode impedir que o amor
entre?
Textos sobre IncĂȘndio de Gonçalo M. Tavares
1 resultado Textos de incĂȘndio de Gonçalo M. Tavares. Leia este e outros textos de Gonçalo M. Tavares em Poetris.