O Pensador

NĂŁo hĂĄ nenhuma vida verdadeiramente intelectual em que a polĂ©mica nĂŁo seja um acidente, um desnĂ­vel entre o engenho e a cultura adquirida, por um lado, e, por outro, o meio ambiente; o pensador nĂŁo Ă©, por estrutura, polemista, embora nĂŁo fuja ante a polĂ©mica, nem a considere inferior; o seu domĂ­nio Ă© no campo da paz, nĂŁo entre os instrumentos de guerra; quando a batalha se oferece sabe, como o filĂłsofo antigo, marchar com a calma e a severa repressĂŁo dos instintos que o mundo inteiro, ante a sua profissĂŁo, tem o direito de exigir; o seu dever de cidadĂŁo impĂ”e-lhe que tome, ao ecoar da voz bĂĄrbara, a lança que defende as oliveiras sagradas e os rĂ­tmicos templos. A sua linha, porĂ©m, o fio de cumeadas por que se alongam os seus passos melhores comportam apenas uma invenção superadora, um perpĂ©tuo oferecer aos seus amigos humanos de toda a descoberta possibilidade de um caminho mais belo e mais nobre. VĂȘ-se como um guia e um observador de horizontes que se estendam para alĂ©m dos limites do mar e dos limites do cĂ©u; a sua missĂŁo Ă© a de pĂŽr ao alcance de todos os que novamente contemplaram os seus olhos e de os ajudar a percorrer a estrada que abriu ou desvendou;

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