Textos sobre Maneiras de CĂ­cero

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Textos de maneiras de CĂ­cero. Leia este e outros textos de CĂ­cero em Poetris.

Uma Alma Grande e Corajosa

Um espĂ­rito corajoso e grande Ă© reconhecido principalmente devido a duas caracterĂ­sticas: uma consiste no desprezo pelas coisas exteriores, na convicção de que o homem, independentemente do que Ă© belo e conveniente, nĂŁo deve admirar, decidir ou escolher coisa alguma nem deixar-se abater por homem algum, por qualquer questĂŁo espiritual ou simplesmente pela mĂĄ fortuna. A outra consiste no facto – especialmente quando o espĂ­rito Ă© disciplinado na maneira acima referida – de se dever realizar feitos, nĂŁo sĂł grandes e seguramente, bastante Ășteis, mas ainda em grande nĂșmero, ĂĄrduos e cheios de trabalhos e perigos, tanto para a vida como para as muitas coisas que Ă  vida interessam.
Todo o esplendor, toda a dimensão (devo acrescentar ainda a utilidade), pertencem à segunda destas duas características; porém, a causa e o princípio eficiente, que os tornam homens grandes, à primeira.
Naquela estå, com efeito, aquilo que torna os espíritos excelentes e desdenhosos das coisas humanas. Na verdade, pode isto ser reconhecido por duas condiçÔes: em primeiro lugar, se estimares alguma coisa como sendo boa unicamente porque é honesta, em segundo lugar, se te encontrares livre de toda a perturbação de espírito. Consequentemente, o facto de se ter em pouca conta aquelas coisas humanas e de se desprezar,

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A Amizade como Auxiliar da Virtude

A maioria dos homens, na sua injustiça, para nĂŁo dizer na sua imprudĂȘncia, quer possuir amigos tais como eles prĂłprios nĂŁo seriam. Exigem o que nĂŁo tĂȘm. O que Ă© justo Ă© que, primeiro, sejamos homens de bem e em seguida procuremos o que nos pareça sĂȘ-lo. SĂł entre homens virtuosos se pode estabelecer esta conveniĂȘncia em amizade, sobre a qual insisto hĂĄ muito tempo. Unidos pela benevolĂȘncia, guiar-se-ĂŁo nas paixĂ”es a que se escravizam os outros homens. AmarĂŁo a justiça e a equidade. EstarĂŁo sempre prontos a tudo empreender uns pelos outros, e nĂŁo se exigirĂŁo reciprocamente nada que nĂŁo seja honesto e legĂ­timo. Enfim, terĂŁo uns para os outros, nĂŁo somente deferĂȘncias e ternuras, mas, tambĂ©m, respeito. Eliminar o respeito da amizade Ă© podar-lhe o seu mais belo ornamento.
É pois erro funesto crer que a amizade abre via livre Ă s paixĂ”es e a todos os gĂ©neros de desordens. A natureza deu-nos a amizade, nĂŁo como cumplice do vĂ­cio, mas como auxiliar da virtude.
A fim de que a virtude, que, sozinha, não poderia chegar ao åpice, pudesse atingi-lo com o auxílio e o apoio de tal companhia. Aqueles para quem esta aliança existe, existiu ou existirå,

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