A Esperança é o Bordão da Vida

A esperança Ă© o bordĂŁo da vida. HĂĄ uma coisa do Padre Vieira, muito bonita, em que ele fala do Non. TerrĂ­vel palavra Ă© o non, de qualquer lado por onde se pegue, Ă© sempre Non – isto aparece no meu filme “Non ou a vĂŁ glĂłria de mandar”, dito por esse grande actor, o Ruy de Carvalho. A Ășltima palavra do Vieira sobre Non Ă©: “O Non tira a esperança, que Ă© a Ășltima coisa que a natureza deixou ao homem”. Sem esperança nĂŁo se pode viver.

[A esperança e o desejo sĂŁo o que nos impele a fazer, prosseguir. Mas nĂŁo Ă© supremamente difĂ­cil mantĂȘ-los vivos?]

O desejo nĂŁo nos impele para existir. O desejo impele para a continuidade da espĂ©cie. O que nos impele Ă  existĂȘncia Ă© o que diz o maia, “come para viveres”, e isso Ă© a fome. A fome Ă© o que nos garante a subsistĂȘncia. Se nĂŁo tivĂ©ssemos fome, nĂŁo comĂ­amos, nĂŁo comendo, nĂŁo sobrevivĂ­amos. Se nĂŁo tivĂ©ssemos o desejo, nĂŁo terĂ­amos a relação sexual e a relação sexual Ă© que garante a continuidade da espĂ©cie. O desejo Ă© uma coisa, a fome Ă© outra. SĂŁo os dois para a continuidade: um para a continuidade do indivĂ­duo,

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