Os homens de pouca inteligência não sabem encarecer a própria capacidade sem rebaixar a dos outros.
Passagens de Mariano José Pereira da Fonseca
643 resultadosOs bons escritores moralistas são como os faróis litorais; advertem, dirigem e salvam os navegantes do naufrágio.
O nosso orgulho eleva-nos para que nos precipitemos de mais alto.
Todos reclamam reformas, mas ninguém se quer reformar.
A preguiça gasta a vida, como a ferrugem consome o ferro.
Queixam-se muitos de pouco dinheiro, outros de pouca sorte, alguns de pouca memória, nenhum de pouco juízo.
O muito juízo é um grande tirano pessoal.
A vida reluz nos olhos, a razão nas palavras e acções dos homens.
A vitória de uma facção política é ordinariamente o princípio da sua decadência pelos abusos que a acompanham.
A tirania não é menos arriscada para o opressor, do que penosa para o oprimido.
Sem a crença em uma vida futura, a presente seria inexplicável.
A sabedoria é sintética; ela expressa-se por máximas, sentenças e aforismos.
O avarento é o mais leal e fiel depositário dos bens dos seus herdeiros.
O ateísmo é tão raro quanto é vulgar o politeísmo e a idolatria.
A curiosidade se apascenta de notícias, e o mundo é um teatro de novidades.
Os homens sem mérito algum, brochados de insígnias e de ouro, são comparáveis aos maus livros ricamente encadernados.
Há homens para nada, muitos para pouco, alguns para muito, nenhum para tudo.
A obstinação nas disputas é quase sempre efeito do nosso amor-próprio: julgamo-nos humilhados se nos confessamos convencidos.
Ganhamos ordinariamente mais em ouvir do que em falar; quando falamos despendemos, quando ouvimos arrecadamos.
Afectamos desprezar as injúrias que não podemos vingar.