A Senhora de Brabante

Tem um leque de plumas gloriosas,
na sua mĂŁo macia e cintilante,
de anéis de pedras finas preciosas
a Senhora Duquesa de Brabante.

Numa cadeira de espaldar dourado,
Escuta os galanteios dos barÔes.
— É noite: e, sob o azul morno e calado,
concebem os jasmins e os coraçÔes.

Recorda o senhor Bispo acçÔes passadas.
Falam damas de jĂłias e cetins.
Tratam barÔes de festas e caçadas
à moda goda: — aos toques dos clarins!

Mas a Duquesa Ă© triste. — Oculta mĂĄgoa
vela seu rosto de um solene véu.
— Ao luar, sobre os tanques chora a ĂĄgua…
— Cantando, os rouxinĂłis lembram o cĂ©u…

Dizem as lendas que SatĂŁ vestido
de uma armadura feita de um brilhante,
ousou falar do seu amor florido
Ă  Senhora Duquesa de Brabante.

Dizem que o ouviram ao luar nas ĂĄguas,
mais louro do que o sol, marmĂłreo, e lindo,
tirar de uma viola estranhas mĂĄgoas,
pelas noites que os cravos vĂȘm abrindo…

Dizem mais que na seda das varetas
do seu leque ducal de mil matizes…

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