umas vezes falavas-me dos rios
umas vezes falavas-me dos rios
e densas cicatrizes
e o sangue
procediaoutras vezes velava-te uma lâmpada
de faias e de enigmas
e a sombra
repousavaoutras vezes o barro
originava
uma erupção de insónia recidiva
no gume do incêndio onde jaziasnessas vezes a água do teu riso
abria nos meus pulsos uma rosa
e eu entontecia
Poemas sobre Cicatrizes de Carlos Nogueira Fino
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como a água meu amor
como a água
meu amor
também as asas nos sacodem
no final do beijoquantas páginas faltam?
se a fronteira é a das águas quem reprime a espuma
onde começa a praia?no meu espelho o que via
era um homem de rosto voltado
de rosto voltado
para sempre
e uma linha de ombros onde as águas
e os teus lábios de espuma meu amor
me embaciavamtambém ouvi chamar a isso
entardecer
idade
inclinação do solmas também cicatrizes ou sulcos como preferires
essa teia onde os dias marcam os seus signos
como as águas no solo meu amor
até furarem