Estar SĂł Ă© Estar no Ăntimo do Mundo
Por vezes   cada objecto   se ilumina
do que no passar Ă© pausa Ăntima
entre sons minuciosos que inclinam
a atenção para uma cavidade mĂnima
E estar assim tĂŁo breve e tĂŁo profundo
como no silĂȘncio de uma planta
Ă© estar no fundo do tempo ou no seu ĂĄpice
ou na alvura de um sono que nos dĂĄ
a cintilante substĂąncia do sĂtio
O mundo inteiro assim cabe num limbo
e Ă© como um eco lĂmpido e uma folha de sombra
que no vagar ondeia entre minĂșsculas luzes
E Ă© astro imediato de um lĂșcido sono
fluvial e um nĂșbil eclipse
em que estar sĂł Ă© estar no Ăntimo do mundo
Poemas sobre Eco
42 resultadosLĂșcia
(Alfred de Musset)
NĂłs estĂĄvamos sĂłs; era de noite;
Ela curvara a fronte, e a mĂŁo formosa,
Na embriaguez da cisma,
TĂȘnue deixava errar sobre o teclado;
Era um murmĂșrio; parecia a nota
De aura longĂnqua a resvalar nas balsas
E temendo acordar a ave no bosque;
Em torno respiravam as boninas
Das noites belas as volĂșpias mornas;
Do parque os castanheiros e os carvalhos
Brando embalavam orvalhados ramos;
OuvĂamos a noite, entre-fechada,
A rasgada janela
Deixava entrar da primavera os bĂĄlsamos;
A vĂĄrzea estava erma e o vento mudo;
Na embriaguez da cisma a sĂłs estĂĄvamos
E tĂnhamos quinze anos!LĂșcia era loura e pĂĄlida;
Nunca o mais puro azul de um céu profundo
Em olhos mais suaves refletiu-se.
Eu me perdia na beleza dela,
E aquele amor com que eu a amava â e tanto ! â
Era assim de um irmĂŁo o afeto casto,
Tanto pudor nessa criatura havia!Nem um som despertava em nossos lĂĄbios;
Ela deixou as suas mĂŁos nas minhas;
TĂbia sombra dormia-lhe na fronte,