Poemas sobre Gesto de João de Deus

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Enlevo

NĆ£o brilha o sol,
Nem póde a lua
Brilhar na sua
PresenƧa d’ella!..
Nenhuma estrella
Brilha deante
Da minha amante,
Da minha amada!

A madrugada
Quanto não perde!
O campo verde
Quanto esmorece!
Quanto parece
A voz da ave
Menos suave
Que a sua falla!

A flƓr exhala
Menos perfume
Do que Ć© costume
O seu cabello!
Que basta vĆŖl-o,
Prende-se a gente!
Prende-se e sente
Gosto ineffavel!

Que riso affavel
Aquelle riso!
Que paraĆ­so
Aquella bƓca!
Penetra, toca,
Enche de inveja
Um ar que seja
Da sua graƧa!

Onde ella passa,
Onde ella chega,
Quem lhe não prega
Olhos avaros!
Ha dotes raros,
Rara doƧura
N’aquella pura
Casta existencia!

Oh! que innocencia
Que ella respira!
A alma aspira
NĆ£o sei que aroma
Mal nos assoma
Ao longe aquella
Pallida estrella,
Que rege o mundo!…

Nunca do fundo
Do oceano
Foi braƧo humano
Colher tão linda
Perola ainda,

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SĆŖde de Amor

I

Vi-te uma vez e (novo
Extranho caso foi!)
Por entre tanto povo…
Tanta mulher… SuppƵe

Que mãe estremecida
Via o seu filho andar
Sobre muralha erguida,
Onde o fizesse ir dar

Aquelle remoinho,
Aquella inquietação
D’um pobre innocentinho
Ainda sem razão!

E ora estendendo os braƧos…
Ora apertando as mĆ£os…
Vendo-lhe o gesto, os passos,
Quantos esforços vãos,

O triste na cimalha
Faz por voltar atraz…
Sem vĆŖr como lhe valha!
A vĆŖr o que elle faz!

Pallida, exhausta, muda,
Os olhos uns tiƧƵes,
Com que, a tremer, lhe estuda
As mesmas pulsaƧƵes…

(Porque não é mais fundo
O mar no equador,
Nem Ć© todo este mundo
Maior do que esse amor!

Mais vasto, largo e extenso
Todo esse cƩo tambem
Do que o amor immenso
D’um coração de mĆ£e!)

Assim, n’essa agonia…
N’essa intima avidez…
Ɖ que entre os mais te eu ia
Seguindo d’essa vez!

Porque te adoro!… a ponto,

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