Tenho um Corpo a Sentir o que Ă© de Todos

Tenho um corpo a sentir o que Ă© de todos,
um espelho aonde nĂŁo aparece tudo; nem a mĂŁo que
vai ao sonho tornando menor o ultraje da criança
dividida com fantasmas de adultos. Ali, sĂł permanece
a soma dos noivos deitados sobre a prĂłpria imagem.

E subentende-se o espanto da alma que nĂŁo imita
nada do homem. Ficam as medidas do corte por baixo
dos pontos, pois em cada parte do mundo te junto,
crio o que sou na morte adiantando
esse modelo inĂștil que estĂĄ no berço.

E ele embalança por nada. Não sente o que estå
dentro e não começa nunca antes da saudade: esse nó
que damos em nĂłs mesmos depois de passado o tempo.