O Medo
Ninguém me roubará algumas coisas,
nem acerca de elas saberei transigir;
um pequeno morto morre eternamente
em qualquer sítio de tudo isto.É a sua morte que eu vivo eternamente
quem quer que eu seja e ele seja.
As minhas palavras voltam eternamente a essa morte
como, imóvel, ao coração de um fruto.Serei capaz
de não ter medo de nada,
nem de algumas palavras juntas?
Poemas sobre Medo de Manuel António Pina
2 resultados Poemas de medo de Manuel António Pina. Leia este e outros poemas de Manuel António Pina em Poetris.
Chico
Talvez não fosses forte
para a felicidade,
nem para o medo.Olha as pessoas felizes:
ocultam-se na felicidade
como em casa, erguemmuros, fecham as janelas,
o medo
é a sua fortaleza.O que disputam à morte
é maior que elas,
a morte não lhes basta.