As Rosas de Santa Isabel

Onde ides, correndo asinha,
Onde ides, bela Rainha,
Onde ides, correndo assim?
Porque andais fora dos PaƧos?
Que peso levais nos braƧos?
Oh! Dizei-mo agora a mim?…

A Santa, regalos novos,
Frutas, pĆ£o, e carne, e ovos,
No regaƧo e braƧos seus,
Sem cuidar ser surpreendida,
Ia levar farta vida
Aos pobrezinhos de Deus.

Coram-lhe as faces formosas,
E responde:- “Levo rosas…”
Dom Dinis deitou-lhe a mĆ£o,
Ao regaƧo, de repente;
Mas de rubra cor vivente
SĆ³ rosas lĆ” viu entĆ£o!…

Como o tempo era passado,
Nos jardins, no monte e prado,
De rosas e toda a flor,
El-rei, cheio de piedade,
Nas rosas da caridade
Viu a bĆŖnĆ§Ć£o do Senhor!

E daquele rosal dela
Tirando uma rosa bela,
Que guardou no peito seu,
Disse-lhe:- “Em paz ide agora,
Que eu me encomendo, Senhora,
ƀ Santa, ao Anjo do CĆ©u.”