III

Pastores, que levais ao monte o gado,
Vêde lá como andais por essa serra;
Que para dar contágio a toda a terra,
Basta ver se o meu rosto magoado:

Eu ando (vĂłs me vĂŞdes) tĂŁo pesado;
E a pastora infiel, que me faz guerra,
É a mesma, que em seu semblante encerra
A causa de um martĂ­rio tĂŁo cansado.

Se a quereis conhecer, vinde comigo,
Vereis a formosura, que eu adoro;
Mas nĂŁo; tanto nĂŁo sou vosso inimigo:

Deixai, nĂŁo a vejais; eu vo-lo imploro;
Que se seguir quiserdes, o que eu sigo,
Chorareis, Ăł pastores, o que eu choro.