Aleluia! Aleluia!
Dentre um cortejo de harpas e alaĂșdes
Ă Arcanjo sereno, Arcanjo nĂveo,
Baixas-te Ă terra, ao mundanal convĂvio…
Pois que a terra te ajude, e tu me ajudes.Que tu me alentes nas batalhas rudes,
Que me tragas a flor de um doce alĂvio
Aos bĂĄratros, Ă s brenhas, ao declĂvio
Deste caminho de Ăąnsias e ataĂșdes…JĂĄ que desceste das regiĂ”es celestes,
Nesse clarĂŁo flamĂvomo das vestes,
Através dos troféus da EternidadeTraz-me a Luz, traz-me a Paz, traz-me a Esperança
Para a minh’alma que de angĂșstias cansa,
Errando pelos claustros da Saudade!
Sonetos sobre Cortejos de Cruz e Souza
4 resultadosCarnal E MĂstico
Pelas regiĂ”es tenuĂssimas da bruma
Vagam as Virgens e as Estrelas raras…
Como que o leve aroma das searas
Todo o horizonte em derredor perfume.N’uma evaporação de branca espuma
VĂŁo diluindo as perspectives claras…
Com brilhos crus e fĂșlgidos de tiaras
As Estrelas apagam-se uma a uma.E entĂŁo, na treva, em mĂsticas dormĂȘncias
Desfila, com sidĂ©reas lactescĂȘncias,
Das Virgens o sonĂąmbulo cortejo…Ă Formas vagas, nebulosidades!
EssĂȘncia das eternas virgindades!
Ă intensas quimeras do Desejo…
SideraçÔes
Para as Estrelas de cristais gelados
As Ăąnsias e os desejos vĂŁo subindo,
Galgando azuis e siderais noivados
De nuvens brancas a amplidĂŁo vestindo…Num cortejo de cĂąnticos alados
Os arcanjos, as cĂtaras ferindo,
Passam, das vestes nos troféus prateados,
As asas de ouro finamente abrindo…Dos etĂ©reos turĂbulos de neve
Claro incenso aromal, lĂmpido e leve,
Ondas nevoentas de VisĂ”es levanta…E as Ăąnsias e os desejos infinitos
VĂŁo com os arcanjos formulando ritos
Da Eternidade que nos Astros canta…
SilĂȘncios
Largos SilĂȘncios interpretativos,
Adoçados por funda nostalgia,
Balada de consolo e simpatia
Que os sentimentos meus torna cativos.Harmonia de doces lenitivos,
Sombra, segredo, lĂĄgrima, harmonia
Da alma serena, da alma fugidia
Nos seus vagos espasmos sugestivos.Ă SilĂȘncios! Ăł cĂąndidos desmaios,
VĂĄcuos fecundos de celestes raios
De sonhos, no mais lĂmpido cortejo…Eu vos sinto os mistĂ©rios insondĂĄveis,
Como de estranhos anjos inefĂĄveis
O glorioso esplendor de um grande beijo!