Sonetos sobre Esplendor

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Sonetos de esplendor escritos por poetas consagrados, filósofos e outros autores famosos. Conheça estes e outros temas em Poetris.

Desponta A Estrela D’alva, A Noite Morre.

Desponta a estrela d’alva, a noite morre.
Pulam no mato alĂ­geros cantores,
E doce a brisa no arraial das flores
Lânguidas queixas murmurando corre.

VolĂşvel tribo a solidĂŁo percorre
Das borboletas de brilhantes cores;
Soluça o arroio; diz a rola amores
Nas verdes balsas donde o orvalho escorre.

Tudo Ă© luz e esplendor; tudo se esfuma
Às carícias da aurora, ao céu risonho,
Ao flĂłreo bafo que o sertĂŁo perfuma!

PorĂ©m minh’alma triste e sem um sonho
Repete olhando o prado, o rio, a espuma:
– Oh! mundo encantador, tu Ă©s medonho!

MĂŁe

Olha, meu filho! quando, Ă  aragem fria
De algum torvo crepĂşsculo, encontrares
Uma árvore velhinha, em modo e em ares
De abandono e outonal melancolia,

NĂŁo passes junto dela nesse dia
E nessa hora de bênçãos, sem parares;
Não vás, sem longamente a contemplares:
Vida cansada, trémula e sombria!

Já foi nova e floriu entre esplendores:
Talvez em derredor, dos seus amores
Inda haja filhos que lhe queiram bem…

Ama-a, respeita-a, ampara-a na velhice;
Sorri-lhe com bondade e com meiguice:
— Lembre-te, ao vê-la, a tua própria Mãe!

MarĂ­lia De Dirceu

Soneto 8

Nascer no berço da maior grandeza,
De palmas e de louros rodeado,
Deve-se aos grandes pais, ao tronco honrado,
Que ilustra deste longe a natureza.

Se porém muito mais se adora e preza
O Dom que o nobre sangue traz herdado,
Pela prĂłpria virtude sustentado,
Feliz o objeto da presente empresa.

De mil herĂłis, no Tejo vencedores,
Um ramo nasce, um ramo que a memĂłria
Faz imortal de seus progenitores.

Eu leio em vaticĂ­nio a sua histĂłria:
Une Francisco, a par de seus maiores
Ao herdado esplendor a prĂłpria glĂłria.