Desponta A Estrela D’alva, A Noite Morre.
Desponta a estrela d’alva, a noite morre.
Pulam no mato alĂgeros cantores,
E doce a brisa no arraial das flores
Lânguidas queixas murmurando corre.Volúvel tribo a solidão percorre
Das borboletas de brilhantes cores;
Soluça o arroio; diz a rola amores
Nas verdes balsas donde o orvalho escorre.Tudo Ă© luz e esplendor; tudo se esfuma
Ă€s carĂcias da aurora, ao cĂ©u risonho,
Ao flĂłreo bafo que o sertĂŁo perfuma!PorĂ©m minh’alma triste e sem um sonho
Repete olhando o prado, o rio, a espuma:
– Oh! mundo encantador, tu Ă©s medonho!
Sonetos sobre Esplendor
43 resultadosMĂŁe
Olha, meu filho! quando, Ă aragem fria
De algum torvo crepĂşsculo, encontrares
Uma árvore velhinha, em modo e em ares
De abandono e outonal melancolia,NĂŁo passes junto dela nesse dia
E nessa hora de bênçãos, sem parares;
Não vás, sem longamente a contemplares:
Vida cansada, trémula e sombria!Já foi nova e floriu entre esplendores:
Talvez em derredor, dos seus amores
Inda haja filhos que lhe queiram bem…Ama-a, respeita-a, ampara-a na velhice;
Sorri-lhe com bondade e com meiguice:
— Lembre-te, ao vê-la, a tua própria Mãe!
MarĂlia De Dirceu
Soneto 8
Nascer no berço da maior grandeza,
De palmas e de louros rodeado,
Deve-se aos grandes pais, ao tronco honrado,
Que ilustra deste longe a natureza.Se porém muito mais se adora e preza
O Dom que o nobre sangue traz herdado,
Pela prĂłpria virtude sustentado,
Feliz o objeto da presente empresa.De mil herĂłis, no Tejo vencedores,
Um ramo nasce, um ramo que a memĂłria
Faz imortal de seus progenitores.Eu leio em vaticĂnio a sua histĂłria:
Une Francisco, a par de seus maiores
Ao herdado esplendor a prĂłpria glĂłria.