LXXIV
Sombrio bosque, sĂtio destinado
À habitação de um infeliz amante,
Onde chorando a mágoa penetrante
Possa desafogar o seu cuidado;Tudo quieto está, tudo calado;
Não há fera, que grite; ave, que cante;
Se acaso saberás, que tens diante
Fido, aquele pastor desesperado!Escuta o caso seu: mas nĂŁo se atreve
A erguer a voz; aqui te deixa escrito
No tronco desta faia em cifra breve:Mudou-se aquele bem; hoje Ă© delito
Lembrar-me de Marfisa; era mui leve:
Não há mais, que atender; tudo está dito.
Sonetos sobre Feras de Cláudio Manuel da Costa
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