Comparar-te a um Dia de VerĂŁo?

Comparar-te a um dia de verĂŁo?
Há mais ternura em ti, ainda assim:
um maio em flor Ă s mĂŁos do furacĂŁo,
o foral do verĂŁo que chega ao fim.

Por vezes brilha ardendo o olhar do céu;
outras, desfaz-se a compleição doirada,
perde beleza a beleza; e o que perdeu
vai no acaso, na natureza, em nada.

Mas juro-te que o teu humano verĂŁo
será eterno; sempre crescerás
indiferente ao tempo na canção;

e, na canção sem morte, viverás:
Porque o mundo, que vĂŞ e que respira,
te verá respirar na minha lira.

Tradução de Carlos de Oliveira