Sê Altivo!
Altos pinheiros septuagenarios
E ainda empertigados sobre a serra!
Sois os Enviados-extraordinarios,
Embaixadores d’El-Rey Pan, na Terra.A noite, sob aquelles lampadarios,
Conferenciaes com elle… Ha paz? Ha guerra?
E tomam notas vossos secretarios,
Que o Livro Verde secular encerra.Hirtos e altos, Tayllerands dos montes!
Tendes a linha, não vergaes as frontes
Na exigencia da côrte, ou beija-mão!Voltaes aos homens com desdem a face…
Ai oxalá! que Pan me despachasse
Addido á vossa extranha legação!
Sonetos sobre Guerra de António Nobre
2 resultados Sonetos de guerra de António Nobre. Leia este e outros sonetos de António Nobre em Poetris.
Natal d’um Poeta
Em certo reino, á esquina do planeta,
Onde nasceram meus Avós, meus Paes,
Ha quatro lustres, viu a luz um poeta
Que melhor fôra não a ver jamais.Mal despontava para a vida inquieta,
Logo ao nascer, mataram-lhe os ideaes,
A falsa-fé, n’uma traição abjecta,
Como os bandidos nas estradas reaes!E, embora eu seja descendente, um ramo
D’essa arvore de Heroes que, entre perigos
E guerras, se esforçaram pelo ideal:Nada me importas, Paiz! seja meu amo
O Carlos ou o Zé da Th’reza… Amigos,
Que desgraça nascer em Portugal!