Sonetos sobre Nus de Camilo Pessanha

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Sonetos de nus de Camilo Pessanha. Leia este e outros sonetos de Camilo Pessanha em Poetris.

Foi Um Dia De InĂșteis Agonias

Foi um dia de inĂșteis agonias.
Dia de sol, inundado de sol!…
Fulgiam nuas as espadas frias…
Dia de sol, inundado de sol!…

Foi um dia de falsas alegrias.
DĂĄlia a esfolhar-se, – o seu mole sorriso…
Voltavam ranchos das romarias.
DĂĄlia a esfolhar-se, – o seu mole sorriso…

Dia impressĂ­vel mais que os outros dias.
TĂŁo lĂșcido… TĂŁo pĂĄlido… TĂŁo lĂșcido!…
Difuso de teoremas, de teorias…

O dia fĂștil mais que os outros dias!
Minuete de discretas ironias…
TĂŁo lĂșcido… TĂŁo pĂĄlido… TĂŁo lĂșcido!…

Esbelta Surge! Vem Das Águas, Nua

Esbelta surge! Vem das ĂĄguas, nua,
Timonando uma concha alvinitente!
Os rins flexĂ­veis e o seio fremente…
Morre-me a boca por beijar a tua.

Sem vil pudor! Do que hĂĄ que ter vergonha?
Eis-me formoso, moço e casto, forte.
TĂŁo branco o peito! – para o expor Ă  Morte…
Mas que ora – a infame! – nĂŁo se te anteponha.

A hidra torpe!… Que a estrangulo! Esmago-a
De encontro à rocha onde a cabeça te hå de,
Com os cabelos escorrendo ĂĄgua,

Ir inclinar-se, desmaiar de amor,
Sob o fervor da minha virgindade
E o meu pulso de jovem gladiador.