Morte

Num imenso salĂŁo, alto e rotundo,
De caveiras iguais, ossos sem dono,
Perpétua habitação de eterno sono
Que tem por tecto o CĂ©u, por base o mundo:

Bem no meio, em silĂȘncio o mais profundo,
Se levanta da Morte o fatal trono:
Ceptros sem rei, arados sem colono,
SĂŁo os degraus do sĂłlio furibundo.

Lanças, arneses pelo chão, quebrados,
Murchas grinaldas, bĂĄculos partidos,
Liras de vates, pastoris cajados,

Algemas, ferros e brasÔes luzidos,
No terrĂ­vel salĂŁo sĂŁo misturados,
No palĂĄcio da Morte confundidos.