Sonetos sobre P茅s de Greg贸rio de Matos

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Sonetos de p茅s de Greg贸rio de Matos. Leia este e outros sonetos de Greg贸rio de Matos em Poetris.

Anjo No Nome, Ang茅lica Na Cara

Anjo no nome, Ang茅lica na cara,
Isso 茅 ser flor, e Anjo juntamente,
Ser Ang茅lica flor, e Anjo florente,
Em quem, sen茫o em v贸s se uniformara?

Quem veria uma flor, que n茫o a cortara
De verde p茅, de rama florescente?
E quem um Anjo vira t茫o luzente,
Que por seu Deus, o n茫o idolatra?

Se como Anjo sois dos meus altares,
F么reis o meu cust贸dio, e minha guarda,
Livrara eu de diab贸licos azares.

Mas vejo, que t茫o bela, e t茫o galharda,
Posto que os Anjos nunca d茫o pesares,
Sois Anjo, que me tenta, e n茫o me guarda.

Buscando A Cristo

A v贸s correndo vou, bra莽os sagrados,
Nessa cruz sacrossanta descobertos
Que, para receber-me, estais abertos,
E, por n茫o castigar-me, estais cravados.

A v贸s, divinos olhos, eclipsados
De tanto sangue e l谩grimas abertos,
Pois, para perdoar-me, estais despertos,
E, por n茫o condenar-me, estais fechados.

A v贸s, pregados p茅s, por n茫o deixar-me,
A v贸s, sangue vertido, para ungir-me,
A v贸s, cabe莽a baixa, p’ra chamar-me

A v贸s, lado patente, quero unir-me,
A v贸s, cravos preciosos, quero atar-me,
Para ficar unido, atado e firme.

O Poeta Descreve O Que Era Naquele Tempo A Cidade Da Bahia.

A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana e vinha;
N茫o sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.

Em cada porta um bem freq眉entado olheiro,
Que a vida do vizinho e da vizinha
Pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha,
Para o levar 脿 pra莽a e ao terreiro.

Muitos mulatos desavergonhados,
Trazidos sob os p茅s os homens nobres,
Posta nas palmas toda a picardia,

Estupendas usuras nos mercados,
Todos os que n茫o furtam muito pobres:
E eis aqui a cidade da Bahia.