TentaĆ§Ć£o
Eu nĆ£o resistirei Ć tentaĆ§Ć£o,
nĆ£o quero que de mim possas perder-te,
que sĆ³ na fonte fria da razĆ£o
renasƧa a minha sede de beber-te.Eu nĆ£o resistirei Ć tentaĆ§Ć£o
de quanto adivinhei nesta amargura:
um sim que sĆ³ assalta quem diz nĆ£o,
um corpo que entrevi na selva escura.Resistirei a te chamar paixĆ£o,
a te perder nos versos, nas palavras:
mas nĆ£o resistirei Ć tentaĆ§Ć£o
de te dizer que o cƩu Ʃ o que rasaa luz que nos teus olhos eu perdi
e que na terra toda nĆ£o mais vi.
Sonetos sobre TentaĆ§Ć£o de LuĆs Filipe Castro Mendes
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