TentaĆ§Ć£o

Eu nĆ£o resistirei Ć  tentaĆ§Ć£o,
nĆ£o quero que de mim possas perder-te,
que sĆ³ na fonte fria da razĆ£o
renasƧa a minha sede de beber-te.

Eu nĆ£o resistirei Ć  tentaĆ§Ć£o
de quanto adivinhei nesta amargura:
um sim que sĆ³ assalta quem diz nĆ£o,
um corpo que entrevi na selva escura.

Resistirei a te chamar paixĆ£o,
a te perder nos versos, nas palavras:
mas nĆ£o resistirei Ć  tentaĆ§Ć£o
de te dizer que o cƩu Ʃ o que rasa

a luz que nos teus olhos eu perdi
e que na terra toda nĆ£o mais vi.