Eu não te pergunto nada, não te peço nada, até não me preocupo onde e com quem você esteja. Mas toda noite eu sussurro bem baixinho até o sono vir: me ama por favor.
Passagens sobre Sussurros
27 resultadosQuĂŁo Breve Tempo Ă© a Mais Longa Vida
QuĂŁo breve tempo Ă© a mais longa vida
E a juventude nela! Ah!, Cloe, Cloe,
Se nĂŁo amo nem bebo,
Nem sem querer nĂŁo penso,
Pesa-me a lei inimplorável, dói-me
A hora invicta, o tempo que nĂŁo cessa,
E aos ouvidos me sobe
Dos juncos o ruĂdo
Na oculta margem onde os lĂrios frios
Da Ănfera leiva crescem, e a corrente
NĂŁo sabe onde Ă© o dia,
Sussurro gemebundo.
Noite
Há na expressão do céu um mágico esplendor
e em ĂŞxtase sensual, a terra está vencida…
– deixa enlaçar-te toda… A sombra nos convida,
e uma noite como esta Ă© feita para o amor…Assim… – Fica em meus braços, trĂŞmula e esquecida,
e dá-me do teu corpo esse estranho calor,
– ao pĂłlen que dá vida, em fruto faz-se a flor,
e o teu corpo Ă© uma flor que nĂŁo conhece a vida…Há sussurros pelo ar… Há sombras nos caminhos…
E à indiscrição da Lua, em seu alto mirante,
encolhem-se aos casais, os pássaros nos ninhos…Astros fogem no cĂ©u… ninguĂ©m mais pode vĂŞ-los…
procuram, para amar, a noite mais distante,
e eu, para amar, procuro a noite em teus cabelos!…
Dupla Via-Láctea
Sonhei! Sempre sonhar! No ar ondulavam
Os vultos vagos, vaporosos, lentos,
As formas alvas, os perfis nevoentos
Dos Anjos que no Espaço desfilavam.E alas voavam de Anjos brancos, voavam
Por entre hosanas e chamejamentos…
Claros sussurros de celestes ventos
Dos Anjos longas vestes agitavam.E tu, já livre dos terrestres lodos,
Vestida do esplendor dos astros todos,
Nas auréolas dos céus engrinaldadaDentre as zonas de luz flamo-radiante,
Na cruz da Via-Láctea palpitante
Apareceste entĂŁo crucificada!
MĂşsica Da Hora
Habito a pausa no hábito da pauta
música de silêncios e soluços
a refrear desmandos dos impulsos
que se querem agudos sons de flauta.A vida Ă© toda mĂşsica em seu curso
do grito original em rima incauta
ao sussurro que se ouve em cama infausta
nesse fim dissonante do percurso.O tempo se encarrega do metrĂ´nomo
unido a dois ponteiros de um cronĂ´metro
em que o delgado veste-se de momopara alegrar as horas do pequeno
que dança a marcha gris em chão sereno
fugindo ao dois por quatro do abandono.
Praia
De repente esse sussurro
de vozes no vento
e não é o mar que fala.De repente essa esperança
e nĂŁo vem das pedras.De repente o ar se enche
de vozes
e nĂŁo Ă© a noite que fala.O mar escuta.
Os fatos são sonoros mas entre os fatos há um sussurro. É o sussurro que me impressiona.