A CrĂtica Ă© Menos Eficaz do que o Exemplo
A crĂtica Ă© menos eficaz do que o exemplo. Ă de considerar se a grande sugestĂŁo para usar da crĂtica nos nossos tempos e que pĂ”e em causa todos os valores consagrados, nĂŁo Ă© o resultado duma anemia profunda do acto de vontade de toda uma sociedade. Todos temos consciĂȘncia de como o exemplo se tornou interdito, como o indivĂduo, na sua excepção perturbadora, Ă© causa de mal-estar. Dir-se-ia que a fraqueza, a breve virtude, a mediocridade, de interesses e de condiçÔes, tĂȘm prioridade sobre o modelo e a utopia. A par desta dimensĂŁo rasa do despotismo do demĂ©rito, levanta-se uma rajada de violĂȘncia. Ă de crer que a violĂȘncia Ă© hoje a linguagem bastarda da desilusĂŁo e o reverso do exemplo; representa a frustração do exemplo.
Textos sobre Ato de Agustina Bessa-LuĂs
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O Que Ă© Escrever?
Escrever Ă© isto: comover para desconvocar a angĂșstia e aligeirar o medo, que Ă© sempre experimentado nos povos como uma infusĂŁo de laboratĂłrio, cada vez mais sofisticada. Eu penso que o escritor com maior sucesso (nĂŁo de livraria, mas de indignação social profunda) Ă© aquele que protege os homens do medo: por audĂĄcia, delĂrio, fantasia, piedade ou desfiguração. Mas porque a poĂ©tica precisĂŁo de dum acto humano nĂŁo corresponde totalmente Ă sua evidĂȘncia. Ama-se a palavra, usa-se a escrita, despertam-se as coisas do silĂȘncio em que foram criadas. Depois de tudo, escrever Ă© um pouco corrigir a fortuna, que Ă© cega, com um jĂșbilo da Natureza, que Ă© precavida.