Originalidade Verdadeira e Originalidade Falseada

Em Arte, Ă© vivo tudo o que Ă© original. É original tudo o que provĂ©m da parte mais virgem, mais verdadeira e mais Ă­ntima duma personalidade artĂ­stica. A primeira condição duma obra viva Ă© pois ter uma personalidade e obedecer-lhe. Ora como o que personaliza um artista Ă©, ao menos superficialmente, o que o diferencia dos demais, (artistas ou nĂŁo) certa sinonĂ­mia nasceu entre o adjectivo original e muitos outros, ao menos superficialmente aparentados; por exemplo: o adjectivo excĂȘntrico, estranho, extravagante, bizarro… Eis como Ă© falsa toda a originalidade calculada e astuciosa.
Eis como tambĂ©m pertence Ă  literatura morta aquela em que um autor pretende ser original sem personalidade prĂłpria. A excentricidade, a extravagĂąncia e a bizarria podem ser poderosas – mas sĂł quando naturais a um dado temperamento artĂ­stico. Sobre outras qualidades, o produto desses temperamentos terĂĄ o encanto do raro e do imprevisto. Afectadas, semelhantes qualidades nĂŁo passarĂŁo dum truque literĂĄrio.