Alarga os Teus Horizontes

Por que é que combateis? Dir-se-á, ao ver-vos,
Que o Universo acaba aonde chegam
Os muros da cidade, e nem há vida
Além da órbita onde as vossas giram,
E além do Fórum já não há mais mundo!

Tal Ă© o vosso ardor! tĂŁo cegos tendes
Os olhos de mirar a prĂłpria sombra,
Que dir-se-á, vendo a força, as energias
Da vossa vida toda, acumuladas

Sobre um só ponto, e a ânsia, o ardente vórtice,
Com que girais em torno de vĂłs mesmos,
Que limitais a terra Ă  vossa sombra…
Ou que a sombra vos torna a terra toda!
Dir-se-á que o oceano imenso e fundo e eterno,
Que Deus há dado aos homens, por que banhem
O corpo todo, e nadem Ă  vontade,
E vaguem a sabor, com todo o rumo,
Com todo o norte e vento, vĂŁo e percam-se
De vista, no horizonte sem limites…
Dir-se-á que o mar da vida Ă© gota d’água
Escassa, que nas mãos vos há caído,
De avara nuvem que fugiu, largando-a…
Tamanho Ă© o Ăłdio com que a uns e a outros
A disputais,

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