Perfeição é Virtude e não Ausência de Defeitos
A virtude Ă© a perfeição no estado de homem e nĂŁo a ausĂŞncia de defeitos. Se eu quero construir uma cidade, pego na malandragem e na ralĂ©. O poder há-de nobilitá-las. Ofereço-lhes uma embriaguez, diferente da embriaguez medĂocre da rapina, da usura ou da violação. É ver aqueles braços nodosos que edificam. O orgulho vai-se transformando em torres, templos e muralhas. A crueldade torna-se grandeza e rigor na disciplina. E ei-los a servirem uma cidade nascida deles prĂłprios. Trocaram-se por ela no fundo dos corações. E morrerĂŁo de pĂ©, nas muralhas, para a salvarem. SĂł descobrirás neles virtudes resplandecentes.
«Mas tu, que pões má cara diante do poder da terra, diante da grosseria, da podridĂŁo e dos vermes dos homens, começas por pedir ao homem que nĂŁo seja e que nĂŁo tenha nem sequer cheiro. Reprovas-lhe a expressĂŁo da sua força. Instalas capados Ă frente do impĂ©rio. E eles entram a perseguir o vĂcio, que nĂŁo passa de poder mal empregado. É o poder e a vida que eles perseguem e, no entanto, tornam-se guardiões de museu e vigiam um impĂ©rio morto»
Textos sobre Grandeza de Antoine de Saint-Exupéry
2 resultados Textos de grandeza de Antoine de Saint-Exupéry. Leia este e outros textos de Antoine de Saint-Exupéry em Poetris.
O IndivĂduo e a Colectividade
Em vez de afirmarmos os direitos do Homem atravĂ©s dos indivĂduos, começámos a falar dos direitos da Colectividade. Vimos introduzir-se insensivelmente uma moral do Colectivo que negligencia o Homem. Esta moral explicará claramente por que razĂŁo o indivĂduo se deve sacrificar Ă Comunidade. Já nĂŁo explicará, sem artifĂcios de linguagem, por que razĂŁo uma Comunidade se deve sacrificar por um sĂł homem. Por que razĂŁo Ă© equitativo que mil morram para libertar um sĂł da prisĂŁo da injustiça. Ainda nos lembramos disso, mas esquecemo-lo pouco a pouco. E, no entanto, Ă© neste princĂpio, pelo qual nos distinguimos tĂŁo claramente da formiga, que reside acima de tudo a nossa grandeza.