Textos sobre Mal de Johann Wolfgang von Goethe

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Textos de mal de Johann Wolfgang von Goethe. Leia este e outros textos de Johann Wolfgang von Goethe em Poetris.

Visitar e Ser Visitado

Parece-me quase natural o facto de vermos muitos defeitos nas nossas visitas e de fazermos juízos pouco agradáveis mal elas saem. Porque temos, digamos assim, o direito de as avaliar segundo os nossos padrões e, em tais situações, mesmo as pessoas compreensivas e moderadas dificilmente se abstêm de fazer uma crítica rigorosa.
Pelo contrário, quando se foi a casa de alguém e se viu essa pessoa no seu ambiente, no meio daquilo que lhe é habitual, numa situação que não pode ser outra, quando se viu como essas circunstâncias influem na pessoa ou como ela se lhes adapta, só por má vontade ou por manifesta incompreensão se pode ridicularizar aquilo que, enquanto lá estávamos, não pôde deixar de nos parecer, por mais que uma razão, digno de ser respeitado.

Viver o Dia-a-Dia

Sou forçado a considerar que o pior mal dos nossos dias, aquele que não permite que nada chegue a amadurecer, reside no facto de os homens deixarem que cada momento se consuma completamente no momento seguinte, que o dia se esgote em si mesmo, ou seja, em viverem exclusivamente o dia-a-dia sem qualquer perspectiva de futuro. Até já temos jornais destinados a diferentes partes do dia!
E não custa acreditar que haja alguém com esperteza suficiente para inventar mais alguns pelo meio. Mas deste modo tudo o que se faz, tudo o que se empreende, se imagina ou se projecta vai sendo arrastado para o domínio público; ninguém pode viver as suas alegrias ou as suas tristezas sem que isso se torne passatempo dos outros.

Limitado mas Completo

O indivíduo mais limitado pode ser completo, se se move dentro das fronteiras das suas capacidades e das suas disposições pessoais. Pelo contrário, acontece que aquilo que noutros são qualidades incomparáveis, podem ser obscurecidas, apagadas ou mesmo aniquiladas, se se desfaz aquele equilíbrio imprescindível. E este mal há-de tornar-se ainda mais evidente nos tempos modernos; pois quem será capaz de satisfazer as exigências de um presente que não pára de crescer e que aliás cresce cada vez mais depressa?