Mente ou Pedra
Esta cidade Ă© conhecida em todos os arredores por possuir as maiores estrebarias para bois, vacas e cavalos, construções que nĂŁo ficam a dever nada nem sequer aos edifĂcios pĂşblicos; por outro lado contam-se aqui pelos dedos os locais onde se pode rezar ou discursar com total liberdade.
Em vez de se autocelebrarem por meio da arquitectura, nĂŁo deveriam as nações fazĂŞ-lo pelo poder do seu pensamento abstracto? O Bagavad-Gita Ă© muito mais admirável do que todas as ruĂnas do oriente. Torres e templos sĂŁo luxo de prĂncipes. A mente simples e livre nĂŁo moureja sob as ordens de nenhum prĂncipe. O espĂrito nĂŁo Ă© privilĂ©gio de nenhum imperador, nem sĂŁo exclusivos deste, a nĂŁo ser em insignificante medida, a prata, o ouro e o mármore. Com que finalidade, digam-me lá, se talha tanta pedra?
Quando estive na Arcádia, nĂŁo vi pedras a serem lavradas. As nações sĂŁo possuĂdas pela louca ambição de perpetuarem a sua memĂłria com a soma das esculturas que deixam. Que tal se esforços semelhantes fossem despendidos no sentido de aperfeiçoar e polir a sua conduta? Uma obra de bom senso seria mais memorável que um momumento da altura da Lua. Prefiro contemplar as pedras no seu local de origem.
Textos sobre Mármore de Henry David Thoreau
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