O Verdadeiro Homem
É evidente que a natureza se preocupa bem pouco com o que o homem tem ou nĂŁo no espĂrito. O verdadeiro homem Ă© o homem selvagem, que se relaciona com a natureza tal como ela Ă©. Assim que o homem aguça a sua inteligĂŞncia, desenvolve as suas ideias e a forma de as exprimir, ou adquire novas necessidades, a natureza opõe-se aos seus desĂgnios em toda a linha. SĂł lhe resta violentá-la, continuamente. Ela, pelo seu lado, tambĂ©m nĂŁo fica quieta. Se ele suspende por momentos o trabalho que se impusera, ela torna-se de novo dominadora, invade-o, devora-o, destrĂłi ou desfigura a sua obra; dir-se-ia que acolhe com impaciĂŞncia as obras-primas da imaginação e da perĂcia do homem.
Que importam Ă ronda das estações, ao curso dos astros, dos rios e dos ventos, o PartĂ©non, SĂŁo Pedro de Roma e tantas outras maravilhas da arte? Um tremor de terra ou a lava de um vulcĂŁo reduzem-nos a nada; os pássaros farĂŁo os seus ninhos nas suas ruĂnas; os animais selvagens irĂŁo buscar os ossos dos construtores aos seus tĂşmulos entreabertos.
Textos sobre Pássaros de Eugène Delacroix
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