O Fim do Amor Trágico e Romântico?
Vivemos, de facto, numa Ă©poca em que a noção de amor trágico e romântico, que herdámos do sĂ©culo dezanove, se tornou inactual, embora continue ainda a ser vivida por muitos – e atĂ© com o carácter de construção moral e estĂ©tica – essa relação extremamente apaixonada, exigente e exclusiva. A reclamação da liberdade erĂłtica nĂŁo me parece que de algum modo tenda a degradar a vida, conquanto possa dessublimizá-la e do mesmo passo desmistificá-la, precisamente no propĂłsito de a tornar mais lĂşcida e mais generosa. Afigura-se-me que na contestação de todas as prepotĂŞncias firmadas em preconceitos, em princĂpios estabelecidos apriorĂsticamente, há sempre um nexo muito Ăntimo entre a reinvindicação da liberdade erĂłtica, da liberdade no trabalho e da liberdade polĂtica. E, naturalmente, quando se dá uma explosĂŁo desta espĂ©cie, Ă© como uma pedra que rola e que vai agregando uma sĂ©rie de materiais e descobrindo a sua prĂłpria composição atĂ© Ă s zonas mais profundas da sua estrutura.
Textos sobre Românticos de Urbano Tavares Rodrigues
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