Passagens sobre Trabalho

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O Ciclo da Vida

O homem domina a natureza e é por ela dominado. Só ele lhe resiste e ao mesmo tempo ultrapassa as suas leis, amplia o seu poderio graças à sua vontade e actividade. Afirmar no entanto que o mundo foi criado para o homem é algo que está longe de ser evidente. Tudo o que o homem constrói é, como ele, efémero: o tempo derruba os edifícios, atulha os canais, apaga o saber – e até o nome das nações. (…) Dir-me-ão que as novas gerações recebem a herança das gerações que as precederam e que, por consequência, a perfeição ou o aperfeiçoamento não têm limites. Mas o homem está longe de receber intacta a súmula dos conhecimentos acumulados pelos séculos que o precederam e se aperfeiçoa algumas dessas invenções no que diz respeito a outras fica bastante atrás dos seus próprios inventores; um grande número dessas invenções chega mesmo a perder-se.
Não preciso sequer de sublinhar como certos pretensos melhoramentos foram nocivos à moral e ao bem-estar. Determinada invenção, suprimindo ou diminuindo o trabalho e o esforço, enfraqueceu a dose de paciência necessária para suportar as contrariedades – ou a energia que temos de dar provas para as vencer.

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Alimentar o Amor

Começar é fácil. Acabar é mais fácil ainda. Chega-se sempre à primeira frase, ao primeiro número da revista, ao primeiro mês de amor. Cada começo é uma mudança e o coração humano vicia-se em mudar. Vicia-se na novidade do arranque, do início, da inauguração, da primeira linha na página branca, da luz e do barulho das portas a abrir.
Começar é fácil. Acabar é mais fácil ainda. Por isso respeito cada vez menos estas actividades. Aprendi que o mais natural é criar e o mais difícil de tudo é continuar. A actividade que eu mais amo e respeito é a actividade de manter.
Em Portugal quase tudo se resume a começos e a encerramentos. Arranca-se com qualquer coisa, de qualquer maneira, com todo o aparato. À mínima comichão aparece uma «iniciativa», que depois não tem prosseguimento ou perseverança e cai no esquecimento. Nem damos pela morte.
É por isso que eu hoje respeito mais os continuadores que os criadores. Criadores não nos faltam. Chefes não nos faltam. Faltam-nos continuadores. Faltam-nos tenentes. Heróis não nos faltam. Faltam-nos guardiões.

É como no amor. A manutenção do amor exige um cuidado maior. Qualquer palerma se apaixona, mas é preciso paciência para fazer perdurar uma paixão.

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Um Herói não se Declara

Aquele que se expõe à morte deve estar à altura de incutir à sua época a força da exasperação. Se, pois, vejo um homem até então completamente desconhecido dos seus contemporâneos aparecer afirmando que está pronto a sacrificar a sua vida e a enfrentar a morte, muito tranquilamente então (…) eu demitiria este profeta. Nunca um tal homem chegaria ao ponto de ser condenado à morte pela sua época, ainda que, por outro lado, tivesse realmente a coragem de morrer e a isso estivesse disposto. Ele não conhece o segredo; pensa evidentemente que os seus contemporâneos, os mais fortes, se encarregarão da execução, quando ele deveria ser de tal modo superior ao seu tempo que não o deixasse, permanecendo ele próprio passivo, cumprir sozinho o seu trabalho de tal modo superior que não lho indicasse mas livremente o constrangesse a sair-se bem dele.

Reunião de homens livres trabalhando com meios de produção comuns e, dependendo, a partir de um plano combinado, suas numerosas forças individuais como uma única e mesma força de trabalho social.

Aqueles que mais cedo estão em condição de fruir sua compensação, mais cedo terão gosto pelo trabalho.

Se A é o sucesso, então A é igual a X mais Y mais Z. O trabalho é X; Y é o lazer; e Z é manter a boca fechada.

Desde que alberguemos uma única vez o mal, este não volta a dar-se ao trabalho de pedir que lhe concedamos a nossa confiança.

Mesmo que eu observe todos os outros obstáculos (condição física, pais, carácter), obtenho uma desculpa muito boa para não me limitar apenas à literatura apesar de tudo: não posso ousar fazer nada enquanto não tiver um trabalho que me satisfaça plenamente. Isso, é claro, é irrefutável.

O perigo constante é abrir a porta para a ganância, um de nossos inimigos mais incansáveis. É aí que se deve pôr em prática o verdadeiro trabalho da mente.

A Política Cultural

A política cultural deve radicar nos valores e nas realidades portuguesas. A política de educação deve ser não mera repetição, mas inovação, progresso e igualdade de oportunidades para todos. Apolítica de investigação científica e tecnológica deve mobilizar os intelectuais portugueses em conjunto com o Povo, aproveitar todas as potencialidades humanas dos Portugueses, seja qual for o seu estrato social ou o seu setor de trabalho, permitir dar uma esperança nova aos Portugueses. Para isso é necessária a estabilidade política.

Às vezes perguntam-me por que trabalho tanto. É porque, quando ficar velho, quero pôr os meus pais num asilo.

O homem não é senão a consciência que tem de si mesmo, e faz-se a si mesmo. Se não souberes do que és composto, e de que é composto aquilo que utilizas ou que transformas com o teu trabalho, não és ninguém. Uma mula de carga.

A Boa Disposição

A boa disposição é o grande lubrificante da roda da vida. Torna o trabalho mais leve, reduz as dificuldades e mitiga os infortúnios. A boa disposição dá um poder criador que os pessimistas não conseguem ter. Uma disposição alegre, esparançosa e optimista torna a vida mais suave, alivia a sua inevitável monotonia e amortece os solavancos da estrada da vida.

Os Anos Perdidos por Vir

O pior não era compreender de repente que aquela que eu considerara durante tanto tempo a peça mais importante no quebra-cabeças da minha biografia se desprendera de mim naturalmente, da noite para o dia, com essa facilidade que fere, mas entrever pela primeira vez que quando algo ou alguém nos dá mesmo cabo da vida isso é definitivo: costumamos pensar nos anos perdidos sempre em relação ao tempo que ficou para trás, mas o verdadeiramente terrível são os anos perdidos por vir. Venha o que vier, virá mais pálido e mais fraco, se é que não nascerá já morto. Agora via claramente a enorme fragilidade do que até pouco antes se apresentava aos meus olhos como indestrutível. Não me doía estar só mas a certeza de que, de uma maneira ou de outra, o estaria sempre dali em diante, na medida em que qualquer mulher que no futuro quisesse aproximar-se de mim, por muito nua que viesse, por transparente que fosse o seu olhar, eu não conseguiria vê-la senão como a desconhecida indiferente e desmemoriada que sem dúvida se tornaria, mais tarde ou mais cedo, uma estranha fingindo que tanto fazia, que eu nunca fora nada, caminhando por passeios opostos na minha própria cidade,

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