Textos sobre Sempre de Oscar Wilde

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Textos de sempre de Oscar Wilde. Leia este e outros textos de Oscar Wilde em Poetris.

As Boas Resoluções

As boas resoluções são sempre tentativas de interferir com as leis científicas. Provêm da pura vaidade. O seu resultado é absolutamente nulo. Proporcionam-nos, uma vez por outra, uma dessas voluptuosas emoções estéreis que produzem um certo encanto nos fracos. É tudo o que podemos dizer em sua defesa. Não passam de cheques que os homens sacam sobre um banco onde não têm conta aberta.

É Absurdo Falar da Ignorância da Juventude

Para recuperar a minha juventude era capaz de fazer tudo no mundo, excepto ginástica, levantar-me cedo, ou ser respeitável. A Juventude! Não há nada que se lhe compare. É absurdo falar da ignorância da juventude. Hoje em dia só tenho algum respeito pelas opiniões das pessoas muito mais novas do que eu. Parecem-me estar à minha frente. A vida revelou-lhes a sua última maravilha. Quanto aos velhos, contradigo-os sempre. É uma questão de princípio. Se lhe pedirmos opinião sobre uma coisa que aconteceu ontem, eles dão-nos solenemente as opiniões correntes em 1820, quando as pessoas usavam golas altas, acreditavam em tudo e não sabiam absolutamente nada.

O Intelecto Como Exagero

A beleza, a verdadeira beleza, acaba onde a a expressão intelectual começa. O intelecto é já uma forma de exagero e destrói a harmonia de qualquer rosto. Assim que nos sentamos a pensar, ficamos só nariz, ou só testa, ou uma coisa horrível do género. Olha para os homens bem sucedidos em qualquer das profissões eruditas. Como são perfeitamente hediondos! A não ser, evidentemente, na Igreja. Mas a verdade é que na Igreja eles não pensam. Um bispo continua a dizer aos oitenta anos o que lhe mandaram dizer quando era um rapaz de dezoito e, por conseguinte, parece sempre perfeitamente encantador.

A Tua Alma de Ouro

Meu querido rapaz,

O teu soneto é deveras bonito, e é uma maravilha que esses teus lábios da cor de rosas encarnadas tenham sido feitos tanto para a loucura da música e das canções como para a loucura do beijar. A tua alma de ouro caminha entre a paixão e a poesia. Eu sei que Hyacinthus, que Apollo amou tão perdidamente, eras tu nos tempos Gregos. Porque estás sozinho em Londres, e quando irás para Salisbury? Vai até lá para refrescar as tuas mãos no crepúsculo cinzento das coisas góticas, e vem aqui sempre que quiseres. É um lugar adorável, e falta-lhe apenas a tua pessoa; mais vai primeiro a Salisbury.

Sempre teu, com amor eterno,

Oscar