Textos sobre Cores de Oscar Wilde

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Textos de cores de Oscar Wilde. Leia este e outros textos de Oscar Wilde em Poetris.

A Tua Alma de Ouro

Meu querido rapaz,

O teu soneto é deveras bonito, e é uma maravilha que esses teus lábios da cor de rosas encarnadas tenham sido feitos tanto para a loucura da música e das canções como para a loucura do beijar. A tua alma de ouro caminha entre a paixão e a poesia. Eu sei que Hyacinthus, que Apollo amou tão perdidamente, eras tu nos tempos Gregos. Porque estás sozinho em Londres, e quando irás para Salisbury? Vai até lá para refrescar as tuas mãos no crepúsculo cinzento das coisas góticas, e vem aqui sempre que quiseres. É um lugar adorável, e falta-lhe apenas a tua pessoa; mais vai primeiro a Salisbury.

Sempre teu, com amor eterno,

Oscar

As Subtilezas da Alma

Tal como o corpo assimila coisas de toda a natureza – vulgares, poluĂ­das ou purificadas por um padre ou por uma visĂŁo – e as converte em destreza ou força, mĂşsculo ou suavidade de linhas, curvas e cor do cabelo, dos lábios e dos olhos, assim tambĂ©m a Alma, por sua vez, tem as suas funções assimiladoras e pode transformar em nobres pensamentos e elevadas paixões o que em si mesmo Ă© baixo, cruel e degradante; mais ainda, pode encontrar nestas a maneira mais digna de afirmação. E muitas vezes pode revelar-se a si mesma de um modo mais perfeito atravĂ©s daquilo que estava destinado a destruĂ­-la ou a profaná-la.