Navego pela memória sem margens.
Frases Curtas de Cecília Meireles
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Não faças de ti um sonho a realizar. Vai. Sem caminho marcado. Tu és o de todos os caminhos.
Aprendi com a primavera; a deixar-me cortar e voltar sempre inteira.
Pequenos desejos, vagarosas saudades, silenciosas lembranças.
A maior pena que eu tenho, punhal de prata, não é de me ver morrendo, mas de saber quem me mata.
A terra tão rica e ‘ó almas inertes!’ – o povo tão pobre… Ninguém que proteste!
Entre mim e mim há vastidões bastantes para a navegação dos meus desejos afligidos
Quanto mais me despedaço, mais fico inteira e serena.
Sobre o tempo vem mais tempo.
Em que espelho ficou perdida a minha face (Retrato)
Penso que sendo o céu redondo, um dia nos encontraremos…
Tentei, porém nada fiz… Muito, da vida, eu já quis. Já quis… mas não quero mais…
Se não chegas nem pelo sonho, por que insisto em te imaginar?
Em mim, não vejo começo nem Fim
… E tudo que era efêmero se desfez. E ficaste só tu, que é eterno.
Meu coração tombou na vida, tal qual uma estrela ferida pela flecha de um caçador.
Eu? Bebo o horizonte!
Chorarei quando for preciso… Depois, tudo estará perfeito… Meus olhos secos como pedra.
Eu quero a memória acesa depois da angústia apagada.
Tenho fases, como a Lua; fases de ser sozinha, fases de ser só sua.