A novidade incomoda os velhos, a uniformidade os moços.
Frases sobre Velhos de Mariano José Pereira da Fonseca
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Os velhos dão bons conselhos para se redimirem de ter dado maus exemplos.
É bem singular que os moços sejam pródigos podendo esperar uma vida longa, e que os velhos sejam avarentos estando ameaçados de uma morte próxima ou iminente.
O velho crê-se feliz em não sofrer, o moço infeliz em não gozar.
Os velhos tornam-se nulos e inúteis à força de prudência e circunspecção.
Os conselhos dos moços derivam das suas ilusões, os dos velhos, dos seus desenganos.
A virtude remoça os velhos, o vicio envelhece os moços.
Os velhos prezam ordinariamente os mortos e desprezam os vivos.
Os velhos que seguem as modas, presumem rejuvenescer com elas.
Os moços de juízo honram-se em parecer velhos, mas os velhos sem juízo procuram figurar como moços.
O velho calcula muito, executa pouco: a mocidade é mais executiva que deliberativa.
Os velhos erram muitas vezes por demasiadamente prudentes, os moços quase sempre por temerários.
As revoluções, que regeneram as nações velhas, arruinam e fazem degenerar as novas.
Os velhos invejam a saúde e vigor dos moços, estes não invejam o juízo e a prudência dos velhos: uns conhecem o que perderam, os outros desconhecem o que lhes falta.
Os velhos que se mostram muito saudosos da sua mocidade não dão uma ideia favorável da maturidade e progresso da sua inteligência.
Os moços, por falta de experiência, de nada suspeitam, os velhos, por muito experimentados, de tudo desconfiam.
Os velhos ruminam o pretérito, os moços antecipam e devoram o futuro.
Ambos se enganam, o velho quando louva somente o passado, o moço quando só admira o presente.
Os velhos caluniam o tempo presente atribuindo-lhes os males de que padecem, consequências do passado.
É triste a condição de um velho que só se faz recomendável pela sua longevidade.