Homens do Presente
Homens do presente, nada no passado,
Antes de serdes as coisas que vemos,
Quem podia ter sabido ou pensado
Que serĂeis hoje aquilo que temos?
Ah, passantes pela mesma via,
Quem pĂ´de pensar-vos antes deste dia?Homens do presente e pĂł de amanhĂŁ,
Ao passar dos anos aonde ireis ter?
Que rude mudez ou ânsia em pressa vã
Irá registar vossa dor e prazer?
Ondas ou cristas do mar desta vida,
Quem vos pensará passado este dia?Só o génio pode o fogo atiçar
Que na natureza em vĂłs abrigais;
Só o génio pode a lira tocar
E erguer vosso nome aos céus dos mortais;
O génio pode a morte romper
E o nada de ontem num tudo verter.Mas a virtude, como os choros humanos,
Pelos areais depressa bebida,
Mergulha no pĂł dos passados anos
E nem sabereis onde está escondida.
Que o génio, então, possa ser laureado;
Que o pĂł de amanhĂŁ seja eternizado.
Poemas sobre Homens de Alexandre Search
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Fraternidade
RazĂŁo nĂŁo tenho para os homens amar
Nem eles uma para amar-me tĂŞm;
Ă€ sua vileza cego nĂŁo sei estar
E toda a vileza também eles vêem.Ódio em palavras, por saciar,
Sabendo já que por todos seria
Incompreendido; fosse eu falar
E deles ignoto continuaria.Um Ăłdio mĂştuo que de instinto vem
Oculto em sorrisos, mal nos suportando.
A bondade humana, conheço-a bem;
Odeio os homens, «irmãos» lhes chamando.