Saudade SĂł

Hoje vieste ver-me
a troco de um pensamento
que nĂŁo se esconde
na ressonância adormecida
num olimpo.

Vieste e trazias
um ramo de palavras cintilantes,
flores que pacientemente
escorrem entre o alfa e o omega
como um perfume de tempo.

Hoje a tua visita
apareceu Ă  janela do tempo
que a paisagem do nosso olhar
incendeia num vespertino silĂŞncio.

De corpo cansado
das pedras que colhi
na paisagem transparente erguida
adormeci na pausa
tĂŁo perfeitamente adormecida
do nosso paraĂ­so
que tarda a acontecer.

Hoje vieste ver-me
E, sem ter de tocar
no mármore da paixão,
contigo fui devagar
ver o tempo passado para nele escrever
o tempo do amor
voz da nossa idade
que nossos olhos cantam
no canto do nosso olhar.