Conserto a Palavra
Conserto a palavra com todos os sentidos em silĂȘncio
Restauro-a
Dou-lhe um som para que ela fale por dentro
Ilumino-aEla Ă© um candeeiro sobre a minha mesa
Reunida numa forma comparada Ă lĂąmpada
A um zumbido calado momentaneamente em exameEla nĂŁo se come como as palavras inteiras
Mas devora-se a si mesma e restauro-a
A partir do vĂłmito
Volto devagar a colocĂĄ-la na fomePerco-a e recupero-a como o tempo da tristeza
Como um homem nadando para trĂĄs
E sou uma energia para elaE ilumino-a
Poemas sobre Mesas de Daniel Faria
2 resultadosQuero a Fome de Calar-me
Quero a fome de calar-me. O silĂȘncio. Ănico
Recado que repito para que me não esqueça. Pedra
Que trago para sentar-me no banqueteA Ășnica glĂłria no mundo â ouvir-te. Ver
Quando plantas a vinha, como abres
A fonte, o curso caudaloso
Da vergĂŽntea â a sombra com que jorras do rochedoQuero o jorro da escrita verdadeira, a dolorosa
Chaga do pastor
Que abriu o redil no prĂłprio corpo e sai
Ao encontro da ovelha separada. CercoOs sentidos que dispersam o rebanho. Estendo as direcçÔes, estudo-lhes
A flor â vĂĄrias ĂĄrvores cortadas
Continuam a altear os pĂĄssaros. Os caminhos
Seguem a linha do canivete nos troncosAs mãos acima da cabeça adornam
As ĂĄguas nocturnas â pequenos
NenĂșfares celestes. As estrelas como as pinhas fechadasCaem â quero fechar-me e cair. O silĂȘncio
Alveolar expira â e eu
Estendo-as sobre a mesa da aliança