Poemas sobre Primeiros de António Osório

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Poemas de primeiros de António Osório. Leia este e outros poemas de António Osório em Poetris.

Amar

Amar não deve ser desfortuna.
O cio transfunde
a lagartixa e o homem
na criação tenaz.
E o buxo, o pólen
e as primeiras folhas
da vinha virgem. Amor
não tem quaresma,
nela impetuoso regressa e copula.

Cada Segundo

Não desejo a indigência,
a serenidade
dos lugares desertados:
desejo que cada segundo
quando amo
explodisse
e fosse a terra
em sua expansão
durante a primeira noite,
a gestante,
do mundo.

Um Sentido

Porque há um sentido
no lírio, incensar-se;
e no choupo, erguer-se;
e na urze arborescente,
ampliar-se;
e no cobre, primeira cura,
que dou à vinha,
procriar-se.

E outro, pressago,
sentido há na memória,
explodir-se. E outro, imensurável,
no amor, entregar-se.
E outro, definitivo,
na morte, render-se.