Poemas sobre SilĂȘncio de Edmundo Bettencourt

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Noite Vazia

Crescimento do silĂȘncio a devorar as nuvens.
Voo incansåvel e monótono das aves brancas do cérebro.
Florida e ondulada suspensĂŁo da mĂĄgoa.
As ferocidades sĂŁo ternuras desmaiando na estepe adivinhada.
O amor abre goelas bocejantes nos cĂŽncavos da ausĂȘncia do espaço.
E a morte espreitando a lentidĂŁo
irradia baçamente a sua despedida.

Noite vazia.

As aves brancas do cérebro
inutilmente abatem as suas asas!

VigĂ­lia

No panorama de frio
jazia cristalizado o voo dos gaviÔes.

Ao seu encontro ia fremente
o respirar da terra quente quase adormecida.

FluĂ­a um riso irĂłnico das dentaduras alvas da neblina
para bocas de ouvidos,
olhos de bocas.

Surgiu entĂŁo coberto de silĂȘncio
o homem que desde sempre morrera trucidado.

O seu sangue caĂ­a enquanto andava.
Das gotas pelo chĂŁo se levantaram logo as ĂĄrvores de fogo
dentro em pouco a floresta incendiĂĄria
de todo o frio que o chamava.

E antes que soprasse a ventania
a borboleta colorida foi queimada.

Mas antes que o sol humidamente
repousasse num clarĂŁo de olhos fechados,
as cinzas de pirĂąmides se espalhavam
indo ferir o enorme olho esbugalhado
que de aquém fitava um espaço maior!