Poemas sobre Vez de Joaquim Pessoa

2 resultados
Poemas de vez de Joaquim Pessoa. Leia este e outros poemas de Joaquim Pessoa em Poetris.

Alexandra

HĂĄ pequenas aves que tĂȘm raĂ­zes nas palavras,
essas palavras que nĂŁo ficam arrumadas com decĂȘncia
na literatura,
palavras de amantes sem amor, gente que sofre
e a quem falta o ar quando faltam as palavras.
Quando digo o teu nome hĂĄ uma ave que levanta voo
como se tivesse nascido o dia e uma brisa
encarcerada nas amĂȘndoas se soltasse para a impelir
para o mais frio, para o mais alto, para o mais azul.
Quando volto para casa o teu nome vai comigo
e ao mesmo tempo espera-me jĂĄ
numa casa construĂ­da com dois nomes,
como se tivesse duas frentes,
uma para a montanha e outra para o mar.
Por vezes dou-te o meu nome e fico com o teu,
espreito entĂŁo pelas janelas de onde
se vĂȘem coisas que nunca antes tinha visto,
coisas que adivinhava mas que nĂŁo sabia,
coisas que sempre soube mas que nunca quis olhar.
Nessas alturas o meu nome Ă© o teu olhar,
e os meus olhos sĂŁo justamente a pronĂșncia do
teu nome que se diz com um pequeno brilho molhado,

Continue lendo…

Tudo Ă© PaixĂŁo

Assim me perguntaste,
assim te respondi:
tudo Ă© paixĂŁo.

Como nĂŁo lamber
da tua pele, o mel
que o desejo fabrica?

E como a minha boca
não recolher o néctar
da tua boca?

Ou como nĂŁo sorver
das tuas mĂŁos o pĂłlen
da ternura?

E se, em vez de paixĂŁo,
for sexo apenas,
ou loucura?

Pode até não ser amor.
Mas, seja o que for,
nĂŁo Ă© pior.