O Amor Certo

Penso em tudo o que os homens sentem pelas mulheres que amam e tento dizer o que nos une nesse amor. Fora dos pormenores e das particularidades. Sei que as mulheres que nos amam não nos amam de maneira diferente mas, como nunca se sabe, deixei-as de fora, falando apenas pelo meu género: a malta.

Minha amada querida. O meu pai, logo depois de se ter apaixonado pela minha mĂŁe, disse-lhe, em pleno namoro (ela uma mulher inglesa casada, com uma filha pequena; ele um solteirĂŁo portuguĂȘs): «Se soubesses quanto eu te amava, destruĂ­as-me jĂĄ.» E disse a verdade. Era tanto o amor e o ciĂșme que lhe tinha, que fez mal Ă  mulher que amava, minha mĂŁe, e mal ao homem que a amava: ele prĂłprio, meu pai.

O amor Ă© um castigo: Ă© um desespero: Ă© um medo. O amor vai contra todos os nossos instintos de sobrevivĂȘncia. Instiga-nos a cometer loucuras. Instiga-nos a comprometermo-nos. Obriga-nos a cumprir promessas que nĂŁo somos capazes de cumprir. Mas cumprimos.

Eu amo-te. E não me custa. É um acto de egoísmo. Mesmo que tu me odiasses mas te odiasses tanto a ti própria que não te importasses de ficar comigo,

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