A Noite nĂŁo me Deu nenhum Sossego
Como voltar feliz ao meu trabalho
se a noite nĂŁo me deu nenhum sossego?
A noite, o dia, cartas dum baralho
sempre trocadas neste jogo cego.Eles dois, inimigos de mĂŁos dadas,
me torturam, envolvem no seu cerco
de fadiga, de dĂșbias madrugadas:
e tu, quanto mais sofro mais te perco.Digo ao dia que brilhas para ele,
que desfazes as nuvens do seu rosto;
digo à noite sem estrelas que és o melna sua pele escura: o oiro, o gosto.
Mas dia a dia alonga-se a jornada
e cada noite a noite é mais fechada.Tradução de Carlos de Oliveira
Sonetos sobre Cegos de William Shakespeare
2 resultados Sonetos de cegos de William Shakespeare. Leia este e outros sonetos de William Shakespeare em Poetris.
Ah, que Olhos PĂŽs Amor na Minha Cara
Ah, que olhos pĂŽs Amor na minha cara
mas sem correspondĂȘncia a fiel vista?
Ou se a tĂȘm, meu juĂzo onde Ă© que pĂĄra
que em tĂŁo falsas censuras inda insista?Se Ă© belo o que meus olhos falso adoram
que quer dizer o mundo em negação?
E se nĂŁo Ă©, amor mostra se goram
seus olhos, menos fiéis que os homens: não,como pode? Como pode, se pranto
e espera o afectam, ser fiel no olhar?
De erros da minha vista nĂŁo me espanto,o sol nĂŁo vĂȘ atĂ© o cĂ©u limpar.
Manhoso amor, com choros pÔes-me cego,
mas vendo bem, a tuas faltas chego.