Sonetos sobre Cores de Alberto d'Oliveira

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Sonetos de cores de Alberto d'Oliveira. Leia este e outros sonetos de Alberto d'Oliveira em Poetris.

Cinco Sentidos

Cinco sentidos sĂŁo os cinco dedos
Com que o homem tacteia a escuridĂŁo,
Rodeado de sombras e segredos
De que busca, e não acha, a solução.

Mas decerto haverĂĄ mundos mais ledos
Onde outros seres, de maior visĂŁo,
Rompendo brumas, dissipando medos,
A treva finalmente vencerĂŁo.

E sendo sete as cores, e outros tantos
Os sons da escala, mas com mil matizes
Que prolongam seu eco e seus encantos,

Talvez nos seja um dia transmitido,
Por esses mundos fortes e felizes,
Um novo sexto e sétimo sentido!

VĂłs Outros! que Dizeis que o Amor Ă© um SuplĂ­cio

VĂłs outros! que dizeis que o Amor Ă© um suplĂ­cio,
Que a flor da Decepção se abre em todo o Prazer,
Que aconselhais Ă  Alma o mosteiro, e o cilĂ­cio,
Pois nada pode consolar-nos de viver:

Ponde os olhos em mim, neste celeste Amor
Que me vai desdobrando e alumiando o caminho,
Mesmo quando o alto Céu, sem frescura e sem cor,
Tem as engelhas de algum velho pergaminho…

Vede como eu quero viver, por merecĂȘ-la,
Eu que sou pecador, a ela longĂ­nqua Estrela!
No esforço de ser bom, branco como um altar:

De modo que a minha Alma, enfim, fique tĂŁo crente,
Que se possa casar Ă  sua estreitamente,
Como um floco de neve a um raio de luar!