XXXI
Estes os olhos sĂŁo da minha amada:
Que belos, que gentis, e que formosos!
NĂŁo sĂŁo para os mortais tĂŁo preciosos
Os doces frutos da estação dourada.Por eles a alegria derramada,
Tornam-se os campos de prazer gostosos;
Em zéfiros suaves, e mimosos
Toda esta regiĂŁo se vĂŞ banhada;Vinde, olhos belos, vinde; e enfim trazendo
Do rosto de meu bem as prendas belas,
Dai alĂvios ao mal, que estou gemendo:Mas ah delĂrio meu, que me atropelas!
Os olhos, que eu cuidei, que estava vendo,
Eram (quem crera tal!) duas estrelas.
Sonetos sobre Estrelas de Cláudio Manuel da Costa
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